Um estudo recente revelou que a taxa de crianças alérgicas a amendoim e outros frutos secos triplicou nos Estados Unidos em poucos anos, passando de 0,4% em 1997 para 1,4% em 2010. A Dra. Ruchi Gupta, professora associada de pediatria da Faculdade de Medicina Feinberg da Universidade de Northwestern, afirmou que “as alergias aos alimentos se tornaram epidêmicas”, e acrescentou que este tipo de alergias se alastrou por todo o mundo, indicando que podem ser observados índices mais altos no Canadá, na Europa, no Japão, na China, na Índia e em outros países.
O estudo, realizado pelo Dr. Michael Young, professor clínico associado de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard, e seus colaboradores, indica que “as mães que comiam maior quantidade de amendoim ou nozes (cinco vezes ou mais por semana) tinham um risco menor de ter filhos com alergia a estes alimentos”. Por outro lado, os filhos de mães que eram alérgicas a estes alimentos não tiveram o risco reduzido.
Os pesquisadores indicaram que as pessoas alérgicas a amendoim também são alérgicas a outros tipos de nozes, como as amêndoas, as nozes e a castanha de caju.
“Nossos estudos demonstram que 8% das crianças dos EUA têm alergia a algum alimento. Isso equivale a uma a cada 13 crianças, cerca de dois alunos em cada sala de aula”, comentou Gupta.
Gupta destacou que as mães receiam comer certos alimentos durante a gravidez porque acreditam que isso poderia gerar alergias em seus filhos, mas os dados demonstram o contrário. No entanto, Young comentou: “os resultados do nosso estudo não são suficientemente potentes para definir recomendações sobre a dieta das gestantes”.
A doutora Gupta indicou que o estudo sugere que uma exposição cedo a certos alimentos poderia proteger as crianças do desenvolvimento de alergias, mas faltam dados com maior solidez que permitam fazer recomendações gerais.
A especialista indicou que há oito alimentos que provocam alergia nas crianças: amendoim, ovos, leite, nozes, mariscos, peixes, trigo e soja. Gupta destacou também que ao crescer as pessoas geralmente superam a alergia aos ovos ou ao leite, mas menos de 20% das pessoas podem superar a alergia a mariscos ou a frutas secas.
O estudo aparece na edição online de 23 de dezembro da revista JAMA Pediatrics.
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Fonte: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/news/fullstory_143714.html