De acordo com os resultados obtidos por três equipes que estudaram a evolução do câncer, da mesma forma que as células-tronco intervêm na formação de novos tecidos, existe um tipo de célula que poderia ativar o desenvolvimento de tumores. Os grupos de pesquisa eram dos Estados Unidos, Holanda e Bélgica, e os resultados dos estudos foram publicados na revista Nature.com. Suas descobertas permitiram o desenvolvimento de tratamentos específicos para eliminar as células-tronco ao invés de atacar todo o tumor. Uma das equipes de pesquisa, sob a direção do doutor Luis Parada, da Universidade do Texas, nos Estados Unidos, conseguiu rastrear as células-tronco cancerígenas utilizando um marcador genético, estudando a evolução de um Glioblastoma, cuja as células eram resistentes à quimioterapia e o tumor se restaurava a cada vez que o tratamento era aplicado. Ao aplicar uma técnica genética para suprimir as células-tronco cancerígenas era possível manter o câncer em estado residual.
Hans Clevers, biólogo de células-tronco do Instituto Hubrecht no Utrecht, Holanda utilizou uma substância florescente para marcar as células de um tumor intestinal, logo as células-tronco do tumor foram detectadas e marcadas com uma cor distinta, para depois identificar a forma em que a cor das células-tronco eram transferidas às novas células cancerígenas.
A equipe do Cédric Blanpain, da Universidade Livre de Bruxelas, concentrou-se na pesquisa da divisão de células em um câncer de pele. Os pesquisadores identificaram que as células-tronco utilizam dois tipos de divisão: uma célula produz um pequeno número de células antes de se extinguir, enquanto que a outra se multiplica de forma indefinida. Pôde-se identificar também que à medida que um tumor se tornava mais agressivo se se aumentava também a produção de células- tronco.
Por sua parte, Robert Weinberg, doutor especializado em pesquisa sobre o câncer no Instituto Whitehead de Cambridge, nos Estados Unidos, considera que ainda falta muito trabalho para desenvolver tratamentos relacionados às descobertas destas três equipes. Weinberg assegura que o processo de geração das células-tronco poderia ser mais complexo, por exemplo, esse tipo de células poderia ter sua origem em células cancerígenas genéricas.