Os cientistas estão obtendo avanços para combater as alergias utilizando anticorpos monoclonares. O Omalizumab, de acordo com Juan Miguel García Martínez, do Hospital Universitário de Cruzes no Baracaldo (Vizcaya), “é um anticorpo monoclonal humanizado, derivado do DNA recombinante que se une ao IgE e reduz a quantidade livre de IgE disponível para desencadear uma cascata alérgica”. De acordo com o especialista, o uso deste tipo de substância permitiria a redução do uso de corticosteroides em alguns casos e, ao mesmo tempo, diminuiria as exacerbações. Omalizumab é utilizado com “seringas pré-carregadas de 75 mg, por via subcutânea em deltoides, de um a oito frascos, vigiados durante uma hora (duas horas nas primeiras doses)”. Este anticorpo monoclonal é eficaz em dois terços dos pacientes, mas não é possível saber em quais, por isso é necessário de 12 a 16 semanas de tratamento para avaliar o número de exacerbações, os sintomas, a qualidade de vida, a medicação de controle e a função pulmonar. No LXI Congresso da Associação Espanhola de Pediatria (AEP), foi apontado que este medicamento pode ser utilizado no futuro como coadjuvante ou facilitador de imunoterapia e facilitador na indução à tolerância a alimentos.

Até o momento, houve uma experiência muito limitada no uso do Omalizumab, utilizou-se para tratamentos de dermatite atópica, esofagite eosinófila e urticária crônica autoimune. Mas García adverte que “não há experiências no tratamento em crianças com outros anticorpos monoclonares ou terapias biológicas em doenças alérgicas. Isso deverá acontecer exclusivamente em experiências clínicas futuras ou situações especiais em pacientes muito selecionados”.

María Anunciación Martín, do Hospital San Juan de Dios (Barcelona), indica que as aplicações dos anticorpos monoclonares se relacionam com “a identificação celular; o estudo funcional das células, o diagnóstico de doenças infecciosas, doenças sistêmicas, neoplasias ou alérgenos; o tratamento para neoplasias, transplantes, enfermidades autoimunes e alérgicas e para a profilaxia de doenças infecciosas”.