Uma pesquisa realizada recentemente revela que administrar pequenas doses de clara de ovo em pó por via oral causa resultados efetivos para tratar a alergia ao ovo em crianças. Os pesquisadores identificaram que os participantes da pesquisa que receberam placebo não foram bem nos testes, mas 55% das crianças expostas à terapia superaram a doença.                                           O doutor Anthony S. Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos, assegura que “as crianças com alergia correm risco de sofrer reações graves se forem expostas acidentalmente a alimentos que contenham ovo”.

O estudo procurava identificar se uma imunoterapia oral com ovo poderia reduzir ou eliminar a resposta alérgica dos pacientes à proteína do ovo e determinar se seria possível reduzir ou eliminar os efeitos da alergia em um prazo de quatro a seis semanas.

Para esta pesquisa, foram observadas 55 crianças e adolescentes com idades entre 5 e 18 anos, todos alérgicos a ovo. De forma aleatória, 40 pacientes receberam a imunoterapia, enquanto 15 participantes receberam um placebo. O grupo teve um monitoramento rigoroso durante 24 meses.

Os pacientes que participaram da pesquisa receberam em casa uma dose diária de clara de ovo ou maisena em pó. Gradualmente, a dose de ovo ou placebo foi aumentada até que as crianças do grupo de imunoterapia comessem o equivalente a um terço de ovo por dia. Os testes foram realizados durante 10, 22 e 24 meses, chegando a consumir um ovo completo. Não se considerava um bom resultado nos testes se o médico identificasse alguns sintomas, como a dispnéia.

Durante os 10 meses, nenhum dos participantes que recebeu o placebo conseguiu superar a doença, enquanto 55% dos pacientes que receberam o tratamento foram bem nos testes.

O estudo foi financiado por recursos federais do Consórcio de Pesquisa em Alergia Alimentar (CoFAR, em sua sigla inglesa) e o final foi realizado em clínicas de Baltimore, Chapel Hill, Denver, Little Rock e Nova Iorque.

Fonte: (New England Journal of Medicine; 2012; DOI: 10.1056/NEJMoa1200435).