A exemplo do que acontece em alguns países europeus, onde o refrigerante custa mais caro do que outras bebidas naturais, um projeto de lei nos Estados Unidos visa criar um imposto sobre a bebida e outras, também açucaradas, com o intuito de coibir ou diminuir o consumo. Os motivos se fundamentam em diversos estudos que apontam o refrigerante como o principal responsável pelo ganho de sobrepeso da população. No entanto, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Northwestern aponta que a ação pode ser um fracasso.
Isso porque, apesar de incluir além do refrigerante, chás gelados e bebidas com café, a proposta exclui as bebidas adoçadas artificialmente e refrigerantes diet. “Nossos resultados apontam que pessoas obesas preferem refrigerantes diet aos originais. Então não haverá grande mudança”, diz Ketan Patel, autor do estudo e pesquisadora da Universidade de Northwestern, nos Estados Unidos.
Patel, que recentemente apresentou os resultados de sua pesquisa em uma consulta pública no Departamento de Agricultura estadunidense (órgão responsável por este tipo de deliberação), inicialmente não sabia se o fator preço seria um impedimento na eficácia do imposto do refrigerante. “A preocupação que tive foi de que talvez as pessoas obesas não se importassem em pagar mais. Mas a questão deixou de ser relevante porque as bebidas diet não entram na nova lei”, diz.
A pesquisa foi feita com base em um grande conjunto de dados sobre preços de refrigerantes e dados populacionais. Patel, então, simulou – a partir de uma projeção matemática – como a imposição de uma taxa mudaria as escolhas dos consumidores e usou os resultados para simular e estimar as mudanças no peso da população por meio de uma mudança de peso publicamente conhecido e cuja eficácia já foi comprovada por diversas pesquisas anteriores. “Além de sua ineficácia na redução da obesidade, esse imposto puniria os consumidores que não estão com sobrepeso ou obesos”, finaliza Patel.