Pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos identificaram que a diabetes é um fator que pode ser relevante no desenvolvimento do câncer. Para a pesquisa, foram analisados os dados de mais de 295 mil homens e 199 mil mulheres de oito estados distintos. Graças a este estudo, identificou-se que mulheres diabéticas teriam um risco 8% maior de desenvolver câncer, enquanto que os homens diabéticos aumentam o risco de padecer de câncer em 9% quando se considera a diabetes. O risco de morrer desta doença também aumentou em 11% para as mulheres e 17% para os homens.

Por razões ainda desconhecidas, a diabetes está relacionada com uma menor incidência de câncer de próstata. Quando se consideram os casos de câncer de próstata nas estatística de probabilidades de incidência entre homens diabéticos, reduziu-se em até 4%.

Os dados deste estudo são considerados preliminares até sua publicação em alguma revista especializada. Deve-se considerar que os próprios participantes no estudo informaram que teriam diabetes, mas não especificaram se tinham diabetes tipo 1 ou 2, ainda que o autor principal do estudo, Gabriel Lai, associado na prevenção do câncer do Instituto Nacional do Câncer dos E.U.A. apontou que é provável que a maioria padeça de diabetes tipo 2 por ser a mais comum.

Depois de onze anos de acompanhamento, identificou-se que 5.888 homens e 26.364 mulheres desenvolveram câncer. Outro fator a considerar é que, de acordo com os dados obtidos no estudo, o risco de câncer de fígado aumentou em mais de duas vezes entre as pessoas diabéticas, o câncer retal aumentou em 28% e o câncer de cólon em 15%. De igual forma, identificou-se entre os homens um aumento do risco de câncer de pâncreas e de bexiga, enquanto entre as mulheres o aumento foi no risco de câncer de estômago, ânus e colo uterino.

Lai considera que não é claro o mecanismo que gera o aumento do risco e realçou que é importante a realização de mais estudos.

Outro estudo similar identificou que a síndrome metabólica está associada com um risco maior de câncer de fígado. Os pesquisadores indicam que um paciente com síndrome metabólica tem três ou mais das seguintes condições: pressão arterial alta, circunferência elevada da cintura, triglicerídeos altos, maiores níveis de açúcar no sangue em jejum e baixos níveis de colesterol HDL.

Ao analisar quatro mil casos de câncer de fígado se identificou que 37.1% das pessoas que padeciam de um tipo de câncer de fígado chamado carcinoma hepatocelular teriam síndrome metabólica, assim como 30% dos pacientes diagnosticados com carcinoma intra-hepático.

FONTES: Gabriel Lai, Ph.D., cancer prevention fellow, U.S. National Cancer Institute, Bethesda, Md.; Joel Zonszein, M.D., director, Clinical Diabetes Center, Montefiore Medical Center, New York City; April 3, 2011 presentation, American Association for Cancer Research, Orlando, Fla.