Dada a tendência crescente da prevalência de diabetes mellitus tipo 2 (DBT2) e a obesidade infantil, é necessário estudar a influência que poderiam ter esses dois fatores no desenvolvimento da doença cardiovascular na idade adulta. Nota-se que a resistência à insulina (RI) e a obesidade são importantes componentes da síndrome metabólica (obesidade, hipertensão, dislipidemia e hiperglicemia), que são reconhecidos como fatores de risco para diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular.

O sobrepeso é o mais importante preditor de DBT2, mas a obesidade em si não está associado com o aparecimento de resistência à insulina (RI) uma vez que estudos indicam não haver relação direta entre excesso de peso e resistência à insulina, também cabe considerar que há pacientes não-obesos, sem diabetes, que podem sofrer de RI.

Foram selecionados mais de 12 mil estudantes de escolas públicas em Minneapolis. O IMC médio foi de 21,97 kg/m2 para homens e 22,54 kg/m2 para mulheres. Idade e estágio Tanner foram similares em adolescentes magros e obesos.

Os pesquisadores identificaram que a resistência à insulina, especialmente quando associada a casos de obesidade tem uma influência significativa sobre a ocorrência de fatores de risco cardiovascular relacionados à síndrome metabólica na adolescência. O nível de risco em adolescentes com obesidade e RI foi maior do que naqueles com obesidade e sensibilidade à insulina, concentrações de insulinemia, triglicerídeos, e PAS foram maiores em participantes obesos.

A interação entre a obesidade e a RI tem uma influência significativa sobre a ocorrência de fatores de risco cardiovascular na adolescência e sugere que, se necessário, realizar “intervenções orientadas ao tratamento da RI, além de focar na perda de peso, um para prevenir o aparecimento precoce de risco cardiovascular”.