O estado nutricional das pessoas que estão acima do peso é tão preocupante quanto o daquelas que passam fome
Especialistas em nutrição de todo o mundo, reunidos, em março de 2008 em Genebra, Suíça, durante o encontro anual da Organização Mundial de Saúde (OMS), concordaram em estabelecer uma nova definição para o termo mal nutrido. O novo conceito, segundo os membros do Comitê Permanente de Nutrição da OMS, englobará não só a escassez, mas também o excesso alimentar.
Segundo o IBGE em sua última Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF 2008-2009) divulgada recentemente, cerca de 33% das crianças brasileiras estão acima do peso. Isso faria um sucesso enorme há alguns anos atrás, quando travávamos a luta contra a desnutrição infantil e quando criança gordinha era considerada criança saudável. Hoje a luta é diametralmente oposta, pois sabemos que não há nada de saudável em estar acima do peso.
Os extremos nutricionais se aproximam mais quando analisamos o risco de doenças crônico-degenerativas associado a eles. Os pacientes obesos e desnutridos morrem mais por doenças cardiovasculares e até por câncer, parecendo fazer da desnutrição e da obesidade extremos que se assemelham nas conseqüências, revelando assim um complexo conjunto de alterações inflamatórias e metabólicas que teriam muito em comum.