Sempre foi observada uma grande dificuldade das pessoas em aceitar a segurança dos adoçantes. As justificativas vão muito além do gosto individual. A maioria delas ainda acredita que os adoçantes causam câncer, lupus, esclerose múltipla, alzheimer, para citar algumas doenças graves que levam ao pânico tanta gente. Agora mais uma, os adoçantes seriam capazes de engordar as pessoas.
Pensando bem, as pessoas tem suas razões de pensarem dessa forma. Muitos estudos científicos tentaram demonstrar que os adoçantes causariam vários tipos de câncer. A dúvida surgiu nos anos 1970, quando pesquisadores americanos realizaram testes em ratos utilizando grandes quantidades de sacarina, ciclamato e aspartame. O resultado foi o surgimento de câncer nas cobaias. Esses achados levaram à suspensão desses adoçantes pelas agências reguladoras de vários países por muito tempo. Porém, os testes utilizaram quantidades altíssimas dos adoçantes, o equivalente ao consumo humano de centenas de latas de refrigerantes por dia e nunca foram comprovados. Posteriormente os adoçantes receberam o aval da comunidade científica e das agências reguladoras.
Atualmente, a polêmica diz respeito à possibilidade de que consumir bebidas doces sem calorias, como é o caso dos refrigerantes zero, levaria a um maior consumo de alimentos doces. Seria isso possível? O argumento utilizado pelos autores das pesquisas é de que ao sentir o sabor doce na boca, o corpo se prepara para receber as calorias do açúcar e quando elas não vem, passa a buscar esse nutriente em vários alimentos, principalmente carboidratos. Dessa forma estaria predisposto a engordar.
Apesar de toda a polêmica que envolve o uso dos adoçantes artificiais, nenhum estudo de grande porte conseguiu comprovar seus riscos quando utilizados dentro das doses recomendadas. Foram afastadas as possibilidades de causarem câncer ou doenças degenerativas e, por enquanto, não temos nenhuma base científica para relacioná-los ao ganho de peso. Sabemos sim, que a substituição do açúcar por adoçantes reduz o aporte calórico em 10% e isso pode ser muito útil no contexto do tratamento da obesidade.