Todo ano, durante o verão, milhões de pessoas vão às praias para se refrescar nas águas. Para se proteger dos raios solares, os veranistas aplicam sobre a pele muito protetor solar. Tudo parece perfeito, mas do ponto de vista ecológico temos um grande problema. Um estudo recente indica que muitos dos protetores solares comercializados atualmente formam peróxido de hidrogênio no oceano, uma substância que pode matar ou prejudicar o fitoplâncton, afetando a cadeia alimentar.
De acordo com os números proporcionados pela Organização Mundial de Turismo das Nações Unidas, em 2013 mais de 202 milhões de turistas visitaram a região do Mediterrâneo com a intenção de veranear nas praias, e estima-se que esse número continue aumentando. Estes números são uma amostra do que poderia estar acontecendo com outras regiões em menor escala.
Quando uma grande quantidade de pessoas com protetor solar sobre a pele toma banho, podem ser liberadas entre 4.000 e 6.000 toneladas métricas desse produto no oceano a cada ano.
A Dra. Cinzia Corinaldesi, professora de ecologia na Universidade Politécnica de Marche, na Itália, afirmou que os protetores solares são liberados nas áreas costeiras, e são estas as áreas mais ricas em biodiversidade no mundo. Mas indicou que são necessários mais estudos para determinar a magnitude do problema.
No laboratório, o pesquisador Sánchez Quiles e seu parceiro Antonio Tovar-Sánchez identificaram que depois de 22 horas um grama de protetor solar em um litro de água do mar produz 46 vezes mais peróxido de hidrogênio, em comparação com as amostras de água do mar que não continham protetor solar.
Os pesquisadores também indicaram que alguns protetores solares contêm nanopartículas de dióxido de titânio, uma substância que não é solúvel em água e pode se acumular no oceano, contribuindo para a formação contínua de peróxido de hidrogênio. Além disso, os pesquisadores indicaram que as nanopartículas poderiam ser ingeridas por vermes ou estrelas do mar que habitam o solo marinho.
Estudos prévios, publicados em 2008, demonstraram que os protetores solares poderiam contribuir com o branqueamento dos corais. De acordo com as pesquisas realizadas, alguns componentes dos protetores solares causam a morte das zooxantelas, um tipo de alga que desenvolve uma relação simbiótica com os corais.
Fonte:
http://www.treehugger.com/ocean-conservation/sunscreen-damages-marine-life.html
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