Mais uma vez os interesses econômicos levaram os governantes a adiar estratégias-chave para reduzir as emissões dos gases de efeito estufa no planeta. Cento e noventa e cinco países reuniram-se em Varsóvia, na Cúpula sobre a Mudança Climática da ONU (COP19), para fechar acordos que permitam avançar para um pacto global de redução de emissões, que deveria ser assinado em 2015. Até o momento, foram alcançados alguns avanços, mas não acordos que obriguem os países a reduzir a emissão de poluentes.
Espera-se que o acordo de 2015 entre em vigor em 2020 em substituição ao Protocolo de Quioto. Mas deve ser considerado que apenas 16% dos países cumpriram com o acordo para reduzir os gases de efeito estufa (GEE) durante a segunda fase do Protocolo de Quioto. Os países envolvidos não concretizam ações, porque as questões monetárias geram as maiores discussões.
O evento chegou ao fim, mas representantes de cada país assumiram o compromisso de apresentar objetivos internos de redução de emissões durante a próxima reunião que será realizada em Paris, em 2015. Até agora se discutiam propostas globais nas reuniões, mas os compromissos de cada país eram deixados de lado.
Será importante, sobretudo, conseguir que países como a China e os Estados Unidos assumam o compromisso de reduzir suas emissões de GEE, considerando que são eles os responsáveis por 41% de todas as emissões de gases poluentes no planeta.
Será importante, sobretudo, conseguir que países como a China e os Estados Unidos assumam o compromisso de reduzir suas emissões de GEE, considerando que estes países são responsáveis por 41% de todas as emissões de gases poluentes do planeta.
A China é o maior representante dos países emergentes e obteve um enorme crescimento industrial nas últimas décadas. Como parte de seu processo de crescimento econômico foi estabelecido neste país um grande número de fábricas sem contemplar estratégias adequadas para o cuidado com o ambiente. Como consequência, os rios, a terra e o ar foram poluídos.
Para o momento, reforçou-se o compromisso de criar o Fundo Verde do Clima, dotado com 100 bilhões de euros, mas ainda não se estabeleceram os mecanismos para sua implementação.
Desastre à vista
Os cientistas afirmam que o aquecimento global aumentará a intensidade dos desastres naturais. Na COP19, foram estabelecidas discussões para determinar se os países que sofrem os efeitos de enormes desastres naturais deveriam receber uma compensação.
Durante o desenvolvimento da COP19, receberam-se as notícias da passagem do supertufão Haiyan. O porta-voz das Filipinas na COP19, Yeb Saño, desenvolveu um discurso que o levou até as lágrimas: “Falo em nome de minha delegação, mas também em nome das inumeráveis pessoas que já não serão capazes de falar por si mesmas depois de perecer na tormenta. Falo também pelos que ficaram órfãos. Falo pela gente que trabalha contra o relógio para salvar os sobreviventes e aliviar o sofrimento das vítimas: agora podemos tomar medidas drásticas para assegurar que evitamos um futuro no qual os supertufões se convertam em uma forma de vida”, manifestou o executivo.
Fonte: http://elpais.com/elpais/2013/11/23/opinion/1385243533_252625.html
Foto: http://www.cop19.gov.pl/