Um relatório realizado pelo Instituto de Pesquisa Monterrey Bay Aquarium (MBARI) indica que é possível encontrar no fundo do oceano grandes quantidades de lixo, especialmente na região do cânion de Monterrey, em profundidades próximas aos 4 mil metros. Para identificar a quantidade de lixo presente no fundo do mar, os pesquisadores analisaram mais de 18 mil horas de vídeo capturado com veículos operados remotamente. Identificou-se que 32% do lixo acumulados correspondem a resíduos plásticos e 23% a metais, encontrando-se também pneus, equipamentos de pesca, redes, garrafas de vidro, papel e muitos outros objetos que provém das cidades.
Os pesquisadores indicaram que para realizar esta pesquisa, foram analisadas as gravações do fundo do oceano realizadas nos últimos 22 anos. Conseguir arrecadar fundos apenas para analisar a quantidade de lixo foi uma tarefa muito difícil.
No Oceano Pacífico, na área que compreende entre os Estados Unidos e o Japão, existe uma enorme quantidade de lixo sob as águas e a extensão é tanta que foi batizado como o “continente de plástico”, por isso não surpreende que no fundo do mar existam quantidades tão grandes de lixo.
O relatório do MBARI indica que do total dos resíduos plásticos, mais da metade eram de sacolas plásticas, que constituem uma ameaça mortal para a maior parte da vida marinha, pois podem matar os animais que as comem confundindo-as com águas-vivas e caravelas.
Do total de resíduos de metal, dois terços foram fragmentos de alumínio, ferro ou latas metálicas.
“O mais frustrante desta situação é que o material visto nos vídeos: vidro, metal, papel ou plástico, poderiam ter sido reciclados”, indica Kyra Schlining, diretora da pesquisa. Schlining acrescentou que prevenir o despejo de lixo no mar e aumentar a preocupação social com este problema são as únicas vias para evitar a contaminação do oceano de uma forma rentável.
http://www.mbari.org/news/news_releases/2013/deep-debris/deep-debris-release.html