Artigos publicados na revista Nature indicam que houve uma ruptura “extremamente complexa” na placa Indoaustraliana. O último terremoto que aconteceu no dia 11 de abril de 2012, e tinha 8,6 graus na escala Richter, produziu a abertura de pelo menos quatro falhas em menos de 160 segundos, aumentando a instabilidade da zona. De acordo com a pesquisa apresentada por Thorne Lay, a ruptura da placa é parte do processo de separação da placa Indoaustraliana em duas.

Os pesquisadores asseguram que os terremotos do Aceh em 2004, e de Nias em 2005, foram produto de uma aceleração no processo de deformação interno das placas localizadas entre a Índia e a Austrália. O pesquisador Delescluse explica que “a Austrália se move para o norte, enquanto que a Índia resiste a este movimento devido ao choque contra a cordilheira do Himalaya, provocando uma fratura no interior da placa”.

Miguel Herraiz, professor de Física da Terra e diretor do departamento de Física da Terra, Astronomia e Astrofísica I, da Universidade Complutense de Madrid declarou ao jornal “El País” que: “Isso acontece constantemente no planeta com uma escala temporária de centena de milhares de anos, mas desta vez foi possível observar o início da formação de uma nova divisão entre as placas e com instrumentação adequada para estudá-las”.

Os especialistas consideram que a ruptura da placa provocou mudanças que originaram mais tarde o terremoto de dezembro de 2004, de 9.1 na escala Richter e que desencadeou um tsunami que ocasionou a morte de mais de 200 mil pessoas.

Os terremotos registrados em abril deste ano não produziram tsunamis gigantes como em 2004, isto ocorreu porque no terremoto de oito anos atrás foi produzido um descolamento das placas, e ao afundar no fundo do mar ondas foram produzidas. Este ano foi diferente, aconteceu um rasgo na placa, que foi um movimento predominante horizontal. Embora não tenha sido produzido um tsunami gigante os especialistas consideram que houve, sim, um impacto em todo o planeta, pois o movimento sísmico ativou problemas também na Califórnia.

Adicionalmente cabe considerar que depois dos terremotos de abril foram aumentados os registros de terremotos de média intensidade (considerando sismos de até 7 graus) em zonas afastadas do epicentro.

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Revista Nature

http://www.nature.com/nature/journal/vaop/ncurrent/full/nature11520.html