Pode tratar-se de um fenômeno produzido a cada 150 anos, mas, para confirmar, os cientistas esperarão mais alguns anos. A cada verão boreal, a superfície de gelo que cobre a Groenlândia é reduzida em 40%, mas este ano a Agência Espacial Americana (Nasa) reportou que 97% da neve que cobre essa região foi afetada em meados de julho. O degelo também foi observado nas regiões mais altas da Groenlândia, como o topo a 3.200 metros. A Nasa indica que, por vários dias, a camada superficial de gelo da Groenlândia se derreteu de tal forma que, em 30 anos de observações na região, nunca se viu nada similar.
Antonio Ruiz, professor de Física Aplicada da Universidade de Alcalá de Henares, indicou, em seu blog, que o maior problema não é o degelo das camadas superficiais: o risco é que a neve derretida criaria quedas de água que, depois de atravessar o gelo da geleira, formaria uma camada de água que criaria um “sistema de deslizamento” que poderia acelerar a queda de todas as geleiras da Groenlândia no mar, antes de 2050.
De acordo com a Nasa, o processo de fusão foi bastante rápido. As imagens dos satélites mostravam que, no dia 8 de julho, 40% da camada superficial de gelo derreteu na Groenlândia e, no dia12 de julho, apenas quatro dias depois, 97% da neve derreteu. Os registros foram tão dramáticos que os cientistas, ao observar os dados, pensaram que tinham se enganado.
No momento, os especialistas não chegaram a um acordo que indique se este fenômeno é um processo natural cíclico ou se é um efeito do aquecimento global.
Cientistas que analisam as mudanças climáticas da região indicam que foram registrados dias muito quentes na região e isso poderia ter causado o degelo nessa área. Além disso, é preciso salientar que, recentemente, se desprendeu da geleira Petermann, na Groenlândia, um gigantesco iceberg com o dobro do tamanho da ilha de Manhattan.
Fontes:
http://www.nasa.gov/topics/earth/features/greenland-melt.hTML
http://www.elmundo.es/blogs/elmundo/clima/2012/07/26/deshielo-em-groenlandia.hTML