Na Espanha, aprovou-se a construção de um Depósito Temporário Centralizado (DTC) para armazenar combustível nuclear gasto e resíduos radioativos de alta atividade durante 60 anos, na província de Cuenca. Os ativistas do Greenpeace protestaram colocando um enorme cartaz escrito: “Não ao cemitério nuclear”. Horas mais tarde, os defensores do meio ambiente indicaram aos meios de comunicação que a solução menos danosa para o tratamento dos resíduos nucleares seria a construção de um Depósito Temporário Individualizado (DTI), na mesma central nuclear que gerou os resíduos. Os especialistas da ONG ambientalista consideram que construindo um DTI poderia evitar-se o vazamento do perigoso material radioativo.
Villar de Cañas, localidade onde seria construído o DTC, é uma área principalmente agrícola que conta com apenas 442 habitantes e está passando por uma situação econômica difícil. As autoridades do governo municipal indicam que, na zona, há uma elevada taxa de desemprego e estima-se que a construção do DTC e de seu centro tecnológico complementar criariam algo em torno de 300 postos de trabalho e injetariam 700 milhões de euros em investimentos durante os cinco anos de duração da construção.
Os ativistas do Greenpeace denunciaram que o projeto de construção do cemitério nuclear se aproveita do desespero das pessoas pela atual situação econômica e pelas altas taxas de desemprego e procura “favorecer unicamente os interesses das companhias elétricas proprietárias das centrais nucleares”. De acordo com o comunicado à imprensa do Greenpeace, os DTI seriam financiados pelas companhias proprietárias das indústrias nucleares, enquanto que, ao utilizar um DTC, os resíduos seriam administrados pela empresa de capital público ENRESA. Adicionalmente, é preciso considerar que o Conselho de Segurança Nuclear (CSN) justifica este gasto público porque considera uma questão de segurança.
A gestão de resíduos radioativos acarreta um enorme gasto para os países que decidem utilizar a energia nuclear como tecnologia para a geração de eletricidade. De acordo com a informação proporcionada pelo diário Elmundo.es, os resíduos da central Vandellós são armazenados na França e, até 2011, será gasto algo em torno de 2,3 milhões de euros para eliminar os resíduos.
Fontes:
http://www.elmundo.es/elmundo/2011/12/30/espana/1325239076.html