Este ano o Grupo Volkswagen lançou uma divertida campanha publicitária que se apoiava na figura de Darth Vader, conhecido personagem do universo fantástico de Guerra nas Estrelas. O anúncio principal foi lançado durante o Superbowl nos Estados Unidos e teve uma boa aceitação por parte do público. Agora o Greenpeace responde com uma paródia do comercial afirma que o Grupo Volkswagen deve deixar o “lado negro da força” e ajudar nos esforços de salvar o planeta.
A campanha do Greenpeace busca conseguir que muitos cidadãos (inclusive os usuários de carros Volkswagen) se somem à campanha para que a empresa fabricante de automóveis não trave a aprovação de leis que impulsione o padrão europeu de eficiência no consumo de combustível.
De acordo com um informe elaborado pelo Greenpeace, estima-se que a VW é responsável por 23% das emissões de CO2 originados por veículos novos vendidos na Europa. Calcula-se que em 2009 os veículos vendidos na Europa emitiram na atmosfera mais de cinco toneladas de CO2 por ano.
Adicionalmente, o informe indica que a empresa alemã não está realizando esforços suficientes para conseguir uma redução média por quilômetro de sua frota. O Greenpeace assinala que entre 2006 e 2009 “a Volkswagen conseguiu reduzir a emissão média por quilômetro de sua frota em 7,8%, enquanto que a BMW e a Toyota conseguiram reduções de 18% e 14%, respectivamente”.
O informe do Greenpeace também aponta que a Volkswagen foi uma das empresas que impulsionou a campanha contra a introdução dos padrões europeus de eficiência para veículos, quando em 26 de janeiro de 2007 enviou, junto com outros fabricantes, uma carta que solicitava aos comissários europeus que reconsiderassem a proposta de impor objetivos obrigatórios inferiores aos 120g de CO2/km para os carros vendidos na Europa em 20112. Os fabricantes de automóveis indicaram que este tipo de medida ocasionara “na perda de até quatro mil postos de trabalho na região de Bruxelas”, pressão que, do ponto de vista do Greenpeace, parece infundado.
O Greenpeace assinala que “a União Europeia consome atualmente 670 milhões de toneladas de petróleo por ano (o equivalente a 13,68 milhões de barris de petróleo por dia) dos quais, cerca de 60% são para o setor de transporte da UE. Se nãofpr dado nenhum passo para mudar a política energética europeia, estima-se que em 2030 esta proporção subirá para 65%”.
A Europa depende em 85% da importação de petróleo, e se as empresas fabricantes de automóveis não adotarem padrões de eficiência no consumo de combustíveis para seus veículos, aumentaria a demanda de combustível fóssil e portanto a pressão sobre as empresas produtoras de petróleo poderiam começar a explorar as reservas no Ártico com “perigosos métodos de perfuração”.
Este ano os governos da União Europeia decidiram reforçar o compromisso em reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 20% abaixo dos níveis de 1990. Mas a Volkswagen se opõe ao objetivo. O informe do Greenpeace informa que em resposta à petição de ajudar a alcançar o objetivo de reduzir em 30% as emissões, a empresa enviara uma carta através da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA) que a normativa “colocava em perigo os postos de trabalho e suas consequências levaria a desindustrialização da Europa”.
É por todas essas razões que agora o Greenpeace contesta o popular anúncio da Volkswagen, pedindo que deixe “o lado negro da força” e se some aos esforços para salvar o planeta.
O Império Contra-ataca
Infelizmente, alguns dias depois de lançada a campanha, os vídeos da paródia foram retirados do Youtube e Vimeo. Rapidamente, os encarregados do Greenpeace os subiram novamente para a rede e pediram aos seus amigos seguidres que difundissem por todas as redes sociais disponíveis.
Em um comunicado o Greenpeace ressalta: “Há muitos vídeos em todo o universo do Youtube que incluem personagens de Star Wars; de fato dúzias de paródias exatamente do mesmo anúncio, o que planta a pergunta: que mão está por trás dos ataques aos nossos canais de comunicação?”. Os ativistas continuaram com seu trabalho de difusão apesar das adversidades, ainda que não puderam identificar os “agentes do lado negro” que originaram os ataques.
A paródia de Greenpeace