O fenômeno La Niña continua castigando a Colômbia. As chuvas e deslizamentos de terra na região causaram 85 mortes, mas o fenômeno está longe de terminar. Os especialistas prognosticam que o La Niña provavelmente permaneça na Colômbia até junho. O diretor de Socorro Nacional da Cruz Vermelha Colombiana informou que há cerca de 16 pessoas desaparecidas como consequência das precipitações de abril. Estima-se que as chuvas afetaram aproximadamente 3 milhões de pessoas.

As chuvas e deslizamentos ocasionaram o bloqueio de 15 estradas principais e 29 estradas departamentais. As inundações obrigaram a evacuação de mais de 10 mil famílias. Os alimentos escasseiam, e a água foi restringida em povoados como Cúcuta, uma localidade que enfrenta temperaturas de 30 graus centígrados. Ali a situação é extrema, a população indica que “nem os bombeiros tem água pata apagar um incêndio”.

A prefeitura de Cúcuta decidiu suspender as aulas em colégios e universidades, mas clínicas e hospitais suspenderam cirurgias. No momento a esta região só pode chegar ajuda da Venezuela e já estão realizando gestões para solicitar auxilio do país vizinho.

Em sua visita a Cundinamarca, o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, prometeu financiar a construção de 300 habitações destruídas por avalanches no município de Útica. “A situação é muito dramática e o que está acontecendo de certa forma vai além da capacidade do Estado, as montanha da Colômbia estão derretendo e estamos vendo deslizamentos por todos os lados”, declarou o presidente.

O Instituto de Hidrologia, Meteorologia e Estudos Ambientais, Ideam, emitiu um comunicado que mantém alerta vermelho em 13 dos 32 departamentos da Colômbia. A situação é complicada no país. De acordo com o diretor de Gestão de Risco do Ministério do Interior e de Justiça, as chuvas acetam 91% do território colombiano.

Se considerarmos os efeitos do La Niña nos últimos 15 anos, pode-se afirmar que este fenômeno deixou 408 mortos e 22 desaparecidos até abril de 2011. Os países sul-americanos são os que menos contribuem com o aquecimento global e apesar disso, são aqueles que sofrem um impacto maior com desastres naturais, é por isso que os países mais desenvolvidos (e por sua vez, os maiores geradores de contaminação) deveriam ajudar as nações do terceiro mundo com fundos que permitam amenizar o impacto dos desastres ocasionados pelas mudanças climáticas.