A forma como os flocos de neve podem influenciar na precisão dos estudos para prever o tempo. É a conclusão a qual chegaram especialistas do NCAR, que consideram que contar com estudos com dados exatos sobre os níveis de precipitação de neve é vital para predizer o clima, realizar pesquisas climatológicas e estudos de hidrologia. Mas uma combinação de fatores como a geometria e a densidade dos flocos de neve e as condições do vento poderiam induzir a erros nos sistemas de medição.

Os pesquisadores identificaram que quando se intensifica a velocidade do vento em uma tempestade, reduz-se a efetividade dos instrumentos de coleção de neve, pois os flocos de neve de certa densidade tendem a flutuar acima dos artefatos ao invés de cair dentro. Para prevenir isto, pode-se colocar uma barreira ao redor do coletor, mas a forma da barreira torna-a um obstáculo para o fluxo normal de ar, alterando a dinâmica de interação dos flocos de neve grandes e pequenos com o artefato.

Julie Thériault e seus colegas da NCAR realizaram durante fevereiro de 2010 um experimento para determinar como as correntes de vento afetavam a captura de flocos de neve que se encontraram dentro e fora dos coletores com e sem escudos ao seu redor, e fotografaram os flocos a cada 20 minutos para analisar o tamanho e o tipo dos cristais de neve. Adicionalmente, foi realizado um estudo teórico no qual se utilizou um modelo de computador para simular o vento ao redor do coletor e mostrar as trajetórias do vento circundante.

Os resultados preliminares apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Meteorologia dos Estados Unidos em 2011, indicam que a velocidade do vento modifica o comportamento dos flocos de neve, evitando que se capturem flocos com cristais de forma clássica, pois estes tendem a flutuar ao redor do dispositivo coletor, predominando a captura de cristais irregulares (incluindo granizo e gelo em forma de colunas) que caem mais rápido.

Depois do experimento Thériault manifesta: “Quando começamos o projeto, pensamos que era o tamanho de um floco de neve que importava, mas descobrimos que não é apenas o tamanho do floco, mas também a velocidade que cai, que é o resultado da densidade, forma e outros fatores”. A seguinte tarefa nesta pesquisa será determinar a eficiência na recolecção em relação à variação da velocidade com que cai a neve.

Fonte: UCAR – Staffnotes