No Equador, depois de um processo de 17 anos, o juiz Nicolás Zambrano condenou a empresa Chevron a pagar 9,5 bilhões de dólares pelos danos causados na floresta equatoriana. A empresa petroleira recorreu da decisão ao considerar que é “ilegítima e inaplicável, produto de uma fraude e contrária ao que aduz as evidências científicas”. De sua parte, os quase 30 mil cidadãos que promoveram o processo consideram a pena injusta, a multa deveria ser de 100 bilhões de dólares, montante que permitiria amenizar o dano causado ao meio ambiente da Amazônia equatoriana.
De acordo com os cidadãos equatorianos, a Texaco, empresa petroleira que se fundiu com a Chevron em 2001, teria vertido materiais tóxicos em poços sem o revestimento adequado, assim como também teria permitido a filtração de contaminantes nos rios que desembocam no Amazonas entre 1972 e 1992. Os demandantes do processo asseguram que foram liberados cerca de 18 bilhões de galões (ou 68 bilhões de litros) de contaminantes na Amazônia e como consequência da contaminação, os cultivos das zonas afetadas foram prejudicados, animais foram mortos e se multiplicaram os casos de câncer entre a população.
A Chevron apelará da sentença, esperando minimizar o impacto desta decisão em nível internacional. Neste momento, a empresa petroleira não possui bens que possam ser aproveitados no Equador, razão pela qual o julgamento poderia deslocar-se para outros países numa tentativa de fazer uma compensação efetiva.
Os ambientalistas esperam que este caso estabeleça um precedente que obrigue as empresas a cumprir os mesmo padrões ambientais utilizados em países industrializados, para evitar sanções similares às que receberam a Chevron.