PAKISTÁN- INUNDACIONESAs mudanças climáticas deixaram de ser uma brisa fria, um rumor que soava longe, para tornar-se, lentamente, em uma tormenta que deixa desastres em sua passagem, por todo o mundo. O aumento das temperaturas, os incêndios na Rússia, os deslizamentos na China e as terríveis inundações no Paquistão são uma mostra dos desastres por vir como consequência do aquecimento global. Em apenas três semanas, mas de 4 milhões de pessoas perderam suas casas no Paquistão por causa das inundações que afetam o país. Hoje, a fome e as doenças entre os afetados pintam uma paisagem quase apocalíptica.

Até 19 de agosto, foram registradas 1600 mortes e a ONU informou que o número de pessoas que precisariam de ajuda humanitária urgente subiu de seis milhões para oito milhões. Um panorama desolador criado pela natureza em aenas três semanas, uma dura realidade que tocou o Paquistão, um país que neste momento tem 25% de seu terrotório embaixo da água.

De acordo com os números da Onu, mais de 16 milhões de pessoas foram afetadas pelas inundações. Yousuf Raza Gilani, primeir-ministro do Paquistão, informou aos meios de comunicação que esse número seria muito maior e chegaria às 20 milhões de pessoas.

Com milhões de cidadãos sem casa, comida, água e com condições precárias de saúde, as autoridades temem o pior nos próximos dias, podem desencadear algum tipo de epidemia entre os prejudicados. Já foi detectado o primeiro caso de cólera, 200 mil casos de diarreia agura e mais de 250 mil pessoas com doenças infecciosas.

A ajuda é insuficiente

As inundações monçônicas são regulares nesta região do planeta, mas o volume de precipitações pluviais deste ano superou muito as inundações dos últimos 80 anos.

Asif Ali Zardari, presidente do Paquistão, informou que seria necessários pelo menos três anos para conseguir a recuperação do país. As Nações Unidas fizeram um pedido internacional para arrecadas 460 milhões de dólares para trazer ajuda aos cidadãos deste país, mas as organizações de ajuda humanirária indiram que o valor seria insuficiente para ajudar aos prejudicados. Infelizmente, só conseguiram arrecadar por mais da metade do que foi projetados pela ONU.

Rebecca Wynn, especialista no Paquistão da Oxfam, indicou à BBC que este desastre chegou em um momento especialmente ruim, pois a maioria das empresas e organizações que poderia ajudar, já tinham esgotado uma parte importante de seus recursos para ajudar a outros países, como o Haiti, depois do terremoto que enfrentara no início do ano; Além disso, os doadores já teriam desembolsado importantes quantias em dinheiro para aliviar os efeitos desastres como o tsunami de 2004 e o terremoto do Paquistão em 2005.

Elizabeth Ferris, do instituto Brooking Ferris, assinalou que o sistema internacional de ajuda humanitária não está preparado para lidar com mais de uma crise de grandes dimensões por ano.

Tendo em conta que o sistema internacional de ajuda está chegando ao seu limite, é necessário analisar outros mecanismos para combater os, cada vez mais frequentes, efeitos dos desastres naturais. O que você opina?