A revista online Ecoturismo e Sustentabilidade, inspirada em matéria similar do G1, da Globo, escolheu 23 definições importantes para entender os debates que irão ocorrem em Copenhage (Dinamarca) a partir do dia 05/12. A Conferência sobre a Mudança Climática das Nações Unidas também conhecida como COP-15 conta com representantes de 193 países a fim de negociar medidas contra as mudanças climáticas que vem acontecendo no mundo.
*Os verbetes foram extraídos do livro “Perguntas e Respostas sobre o Aquecimento Global”, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), escrito por Erika de Paula Pedro Pinto, Paulo Moutinho, Liana Rodriques, Flávia Gabriela Oyo França, Paula Franco Moreira e Laura Dietzsch.
Desmatamento – é a remoção de florestas do solo. Os desmatamentos resultam na perda de um importante sumidouro para o dióxido de carbono, que são as florestas.
Desmatamento Evitado – é a redução na taxa de desmatamento de uma área, de modo que a taxa de desmatamento resultante seja menor do que num cenário sem intervenção para diminuir o processo de conversão da floresta.
Dióxido de carbono (CO2) – gás que ocorre naturalmente, representando aproximadamente 0,036% da atmosfera, emitido na queima de combustíveis fósseis e biomassa, nas mudanças de uso da terra e em outros processos industriais. É o principal gás do efeito estufa e é utilizado como referência perante os outros.
Combustíveis fósseis – são combustíveis como o petróleo, o gás natural e o carvão mineral que são produzidos pela decomposição contínua de matéria orgânica animal e vegetal através de eras geológicas. A sua produção é extremamente lenta, muito mais lenta do que a taxa de consumo atual e, portanto, não são renováveis na escala de tempo humana.
CO2 equivalente (CO2e) – CO2e. ou CO2eq. significa “equivalente de dióxido de carbono”, uma medida internacionalmente padronizada de quantidade de gases de efeito estufa (GEE) como o dióxido de carbono (CO2) e o metano. A equivalência leva em conta o potencial de aquecimento global dos gases envolvidos e calcula quanto de CO2 seria emitido se todos os GEEs fossem emitidos como esse gás. As emissões são medidas em toneladas métricas de CO2e por ano, ou através de múltiplos como milhões de toneladas (MtCO2e) ou bilhões de toneladas (GtCO2e). O dióxido e carbono equivalente é o resultado da multiplicação das toneladas emitidas do GEE pelo seu potencial de aquecimento global. Por exemplo, o potencial de aquecimento global do gás metano é 21 vezes maior do que o potencial do CO2. Então dizemos que o CO2 equivalente do metano é igual a 21.
Efeito estufa – é um fenômeno natural de retenção de calor (radiação infravermelha) emitido pela Terra, que, por sua vez, é resultado do aquecimento da superfície terrestre pela radiação solar. Este processo natural que fornece a temperatura necessária para o estabelecimento da vida na Terra, é possível graças aos gases de efeito estufas cujas moléculas capturam calor na atmosfera terrestre.
Emissões – liberação de gases de efeito estufa na atmosfera numa área específica e num período determinado.
Emissões antrópicas – emissões produzidas como resultado da ação humana. Por exemplo, estão sendo lançadas grandes quantidades de gás carbônico na atmosfera por tais atividades como a queima de combustíveis fosséis, agricultura, fabricação de cimento, etc.
Energia renovável – é a energia derivadas de fontes que não usam combustíveis esgotáveis (água – energia hidroelétrica; vento – energia eólica; sol – energia solar; marés e fontes geotérmicas). Alguns materiais combustíveis, como biomassa, também podem ser considerados renováveis. Geralmente, a geração de energia renovável (com a exceção de geotérmica e hidrelétrica) não emite gases de efeito estufa.
Estoques de carbono – incluem o carbono armazenado em vegetação (sobre e debaixo do solo), matéria em decomposição no solo e produtos madereiros.
Gases de efeito estufa (GEE) – constituintes gasosos da atmosfera, naturais ou antrópicos, que absorvem e reemitem radiação infravermelha. Segundo o Protocolo de Quioto, são eles: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O) hexafluoreto de enxofre (SF6), acompanhados por duas famílias de gases, hidrofluocarbonos (HFCs), perfluocarbonos (PFCs).
Sequestro de carbono – captura de CO2 da atmosfera pela fotossíntese, também chamada fixação de carbono. Usa-se também a expressão Carbon Offset Projects para designar os processos de compensação de carbono.
Sumidouros – quaisquer processos, atividades ou mecanismos, incluindo a biomassa e, em especial, florestas e oceanos, que têm a propriedade de remover um gás de efeito estufa e aerossóis da atmosfera.
Mitigação – ações para reduzir as emissões de GEE, e consequentemente, os efeitos das mudanças climáticas.
Mudança climática – mudança que possa ser, direta ou indiretamente, atribuída à humana, que altere a composição da atmosfera mundial e que se some àquela provocada pela variabilidade climática natural observada ao longo de períodos comparáveis.
Partes – podem ser países isoladamente ou blocos econômicos, como por exemplo a União Europeia.
Partes Anexo I – o Anexo I da UNFCCC é integrado pelas Partes signatárias da Convenção e pelos países industrializados da antiga União Soviética e do Leste Europeu. A divisão entre Partes Anexo I e Partes Não Anexo I tem como objetivo separar as partes segundo a responsabilidade pelo aumento da concentração atmosférica de gases de efeito estufa. As Partes Anexo I possuem metas de limitação ou redução de emissões.
Partes Não Anexo I – as Partes Não Anexo I são todas as Partes da UNFCC não listadas no Anexo I, entre as quais o Brasil, que não possuem metas quantificadas de redução de emissões.
Permanência – o carbono armazenado por sequestro em um reservatório pode ser liberado novamente. Apenas reservatórios permanentes são aceitáveis para propósitos de política climática.
Primeiro Período de Compromisso – o primeiro período de compromisso refere-se ao período compreendido entre 2008 e 2012.
Protocolo – um protocolo está sempre ligado a uma convenção existente, mas é um acordo separado e adicional que deve ser assinado e ratificado pelas “Partes” signatárias à contenção. Os protocolos fortalecem uma convenção geralmente somando compromissos novos e mais detalhados.
Protocolo de Kyoto – instrumento jurídico internacional complementar e vinculado à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que trás elementos adicionais à convenção. Entre as principais inovações estabelecidas pelo Protocolo, destacam-se os compromissos de limitação ou redução quantificada de emissões de gases de efeito estufa.
Ratificação – depois de assinar um tratado internacional como a UNFCCC ou o Protocolo de Kyoto, um país tem que ratificar isso, frequentemente com a aprovação de seu parlamento ou outra legislatura. O instrumento de ratificação deve ser depositado com o curador (neste caso o Secretário-Geral da ONU) para começar a contagem de 90 dias a se tornar uma “Parte” integrante. Há limiares mínimos de ratificações para a entrada em partido de tratados internacionais.
Redd – Redução de Emissões oriundas de Desmatamento e Degradação florestal, segundo o conceito adotado pela Convenção de da ONU, se refere à política a ser definida durante a COP15, na Dinamarca (dezembro de 2009). Tratasse de uma política para incentivar os países em desenvolvimento a tomarem medidas para a conservação florestal, gestão sustentável das florestas, e redução de desmatamento e degradação, e que em conjunto, resultem incentivos positivos pelas reduções de emissão de carbono oriundas do desmatamento, desde que tais reduções sejam mensuráveis, verificáveis, quantificáveis e demonstráveis.