A responsabilidade social empresarial e o desenvolvimento sustentável.
Apesar de ainda não ser uma realidade perceptível na Baixada Santista, cada vez mais, construtoras, incorporadoras e até vendedoras de empreendimentos imobiliários começam a adotar em seu modelo de negócio os princípios que norteiam a Responsabilidade Socioambiental, e firmar no mercado o compromisso de seus empreendimentos com a sustentabilidade.
Um dos grandes desafios é não tão somente conscientizar as empresas do seu papel econômico social no novo quadro estabelecido, mas principalmente promover e fomentar essa consciência de forma a ampliar a discussão em torno da questão ambiental, relacionando-a à responsabilidade social empresarial e ao desenvolvimento sustentável.
A última pesquisa realizada pela Setor3 Consultoria, apontou que 80% dos santistas sabiam quais eram as empresas que desenvolviam políticas de responsabilidade sócio-ambiental, 54% dos entrevistados demonstraram optar por empresas que possuem ações que preservam o meio-ambiente ou acolhem projetos sociais antes de comprarem seus produtos ou contratarem seus serviços.
O que nos surpreendeu é que não foram citadas nenhuma construtora ou incorporadora atuante na região, mesmo sendo apontada na mesma pesquisa como uma problemática a ser debatida acerca dos conflitos da expansão desses empreendimentos na cidade e seus impactos no meio ambiente e na comunidade.
A multiplicação de construções que levam em conta a sua sustentabilidade se tornou uma tendência mundial. Até abril, havia 2 706 edifícios em todo o planeta com certificação Leadership in Energy and Environmental – Leed, que pode ser traduzida como Liderança em Energia e Design Ambiental —, uma das mais conceituadas nessa área. Outros 22 863 prédios aguardavam a análise do U.S. Green Building Council – USGBC, organização não lucrativa responsável pela concessão do título.
Os edifícios ecológicos, que já começam a aparecer nas cidades brasileiras, usam múltiplas tecnologias para economizar energia e água. Nem por isso são menos eficientes ou confortáveis do que os prédios tradicionais.
As empresas dizem adotar causas sociais e ambientais, mas inúmeras vezes esse conceito foge de qualquer avaliação em prol da sociedade, e passa a ser mera publicidade. De qualquer forma, a comunidade da região está mais atenta aos impactos desses empreendimentos, e o compromisso com a sustentabilidade passará além dos empregos gerados pelos arranha-céus que estão sendo erguidos, para a observância das necessidades sociais e ambientais que estão sendo geradas, e por que não, para a perpetuação da boa reputação que se espera desses líderes do concreto.
Fonte: Janaina Nogueira Muller – Pauta Social