É possível estender a vida das pessoas influindo no hipotálamo

Um experimento com ratos permitiu identificar que o hipotálamo é o centro do cérebro que regula o envelhecimento e a longevidade de um organismo. As provas realizadas com animais de laboratório demonstram que ao aumentar no hipotálamo as proteínas NF-KB e ao reduzir a quantidade de hormônios liberadores de Gonadotrofina (GnRH), seria possível estender em 20 anos a expectativa de vida das pessoas. Além disso, o experimento demonstrou que ao administrar GnRH no hipotálamo, detém-se a perda de neurônios e se mantém intacta a capacidade de aprendizagem dos sujeitos. “É fascinante que seja possível atuar sobre o hipotálamo para frear o envelhecimento e aumentar a longevidade”, indicou o doutor Dongsheng Cai, diretor da pesquisa.

Cai manifesta que o passo seguinte será desenvolver fármacos “que possam atuar sobre o envelhecimento no hipotálamo”. O objetivo será ajudar a combater problemas de saúde associados ao envelhecimento, como o declínio cognitivo ou o deterioramento cardiovascular, mas os especialistas asseguram que passarão muitos anos antes que tenhamos fármacos disponíveis, pois primeiro é preciso superar os testes em roedores.

Cai e sua equipe identificaram que a inflamação cerebral afeta o hipotálamo e isto, por sua vez, aumenta o risco de sofrer de síndrome metabólica, uma combinação de transtorno que incluem hipertensão, excesso de gordura e colesterol, controle deficiente de açúcar no sangue, sendo todos fatores de risco cardiovascular. Em testes anteriores já haviam identificado que o excesso de calorias na dieta e os tóxicos do tabaco favorecem inflamação do cérebro, aumentando também o risco de doenças cardiovasculares, Alzheimer, diabetes tipo 2 e alguns cânceres.

A pesquisa foi publicada recentemente na revista Nature e os pesquisadores Dana Gabuzda e Bruce Yanker, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), indicam a conclusão de que “o envelhecimento por inflamação se deve à integração de respostas imunológicas e hormonais no hipotálamo é um novo paradigma.

Cai aponta que agora as pesquisas podem tomar dois caminhos, por um lado explorar a terapia hormonal para restaurar os níveis de GnRH no hipotálamo, ou buscar estratégias imunológicas para inibir a reação de inflamação que eleva a quantidade de NF-KB. Cai assegura que a inflamação crônica pode ser reduzida ao manter um estilo de vida saudável e distanciando-se de contaminantes ambientais