Uma pesquisa liderada pelo Instituto Karolinska da Suécia obteve bons resultados nas primeiras provas de uma vacina (chamada 106 CAD) que poderia diminuir a aparição da doença de Alzheimer em pessoas adultas. Os resultados da primeira pesquisa foram publicados no The Lancet Neurology. O primeiro relatório destaca que a vacina poderia iniciar no organismo a produção de anticorpos que permitiriam o combate contra o péptido beta-amiloide nocivo.       

O péptido beta-amiloide origina a doença de Alzheimer quando se acumula nas placas cerebrais e destrói progressivamente os neurônios, afetando as funções corporais da pessoa afetada. Até o momento não foi descoberta uma cura para a doença de Alzheimer.

De acordo com os pesquisadores, a vacina 106 CAD obteve uma forma bem-sucedida de produzir anticorpos que afetam apenas ao péptido beta-amiloide, sem causar efeitos colaterais. O ensaio da fase 1, que prova a segurança e a tolerância do novo fármaco, obteve êxito. Foram realizadas provas com 58 voluntários, dos quais 46 receberam a vacina e os 12 restantes receberam um placebo (uma substância sem ação biológica). Em 80% dos pacientes se desenvolveram anticorpos contra a beta-amiloide sem apresentar efeitos secundários. O estudo teve duração de três anos.

Depois de superar a primeira etapa de provas, a vacina 106 CAD será submetida a uma segunda fase de ensaios clínicos com uma maior quantidade de pacientes.

Há quase uma década foi realizado um teste clínico com uma vacina, mas não se teve êxito. A vacina era utilizada para ativar os linfócitos T (células do sistema imunológico), mas estas células também começaram a atacar a malha cerebral.

Sabe-se que há aproximadamente 36 milhões de pessoas no mundo sofrem desta doença, e se calcula que até 2050 os afetados estejam em torno de 115 milhões.