Guiados por profissionais, idosos participaram de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Sul da Califórnia, onde tiveram de realizar pequenas – e perenes – mudanças em suas rotinas. Visitar museus com um amigo uma vez por semana, por exemplo, levou a ganhos reais na qualidade de vida, incluindo uma menor taxa de depressão e aumento da satisfação.
De acordo com a autora, Florence Clark, o estudo confirma a tendência atual nas estratégias com foco na prevenção de doenças e incapacidades em vez do tratamento, uma vez que a doença já comece a impactar negativamente a saúde da população. “A ênfase agora é a prevenção. Há intervenções não farmacológicas que funcionam”.
Durante seis meses, terapeutas ocupacionais acompanharam 200 participantes com 60 ou mais anos de idade no intuito de deixar a vida deles mais saudável – seja praticando exercícios em academias, em casa ou fazendo uma caminhada.
Os terapeutas também orientaram os idosos para a utilização de transporte público, estimulando-os a sair de casa. “Você é capaz de ir a um museu, você é capaz de ir a um parque… apenas afirmar isto abriu a eles um mundo de oportunidades”, confirma a autora. “Por exemplo, os terapeutas ajudaram uma das participantes que havia tido uma queda feia ao embarcar num ônibus, e por isso havia deixado de sair de casa. Além de voltar a pegar ônibus, ela começou a fazer trabalho voluntário”, comenta.
Para determinar os resultados, a qualidade de vida foi medida com base em alguns indicadores, como saúde física, mental, bem-estar social e satisfação com a vida. Os participantes do programa foram comparados com um grupo controle, que não recebeu a intervenção.
Embora os dois grupos apresentassem um início mais ou menos equivalente, o grupo de intervenção logo destacou uma melhora significativa na diminuição da dor e depressão, melhorando a vitalidade, função social, saúde mental e satisfação com a vida em geral de seus participantes.
No final da primeira fase, o grupo controle recebeu o mesmo tratamento que tinha sido dado ao grupo de intervenção – e fez progressos idênticos.
“Embora as pessoas estejam vivendo mais, é importante que elas também vivam melhor. Fazer mudanças positivas na forma como vivemos a cada dia e manter essas mudanças em longo prazo é fundamental para manter a independência e garantir um envelhecimento saudável”, conclui.