Para os idosos portadores de Parkinson e Alzheimer realizar duas atividades ao mesmo tempo como, por exemplo, andar e segurar um copo d’água, potencializa o risco de quedas e os sintomas da própria doença. As constatações foram feitas pelo fisioterapeuta Gustavo Christofoletti a partir de estudo de doutorado que investigou a influência e o nível de comprometimento causado pela dupla-tarefa cognitiva e motora no equilíbrio de pacientes com as síndromes. A tese foi defendida na Faculdade de Ciências Médicas (FCM), sob orientação do professor Antonio Guilherme Borges Neto.
O objetivo do estudo, segundo Christofoletti, foi entender os riscos de quedas de idosos ocasionadas pelas atividades complexas que realizam no cotidiano. Vem daí a iniciativa de recorrer a duas categorias distintas de distúrbios degenerativos do sistema nervoso central que representam condições clínicas graves, por provocar declínio de ordem neuropsíquica. Os voluntários somaram um total de 126 pessoas, divididas em três grupos – um com Parkinson, outro com Alzheimer e um terceiro denominado grupo controle, uma vez que o objetivo era comparar o grau de risco entre os grupos.
Os voluntários foram avaliados através do teste Timed Get Up and Go, já consolidado na área. “Os achados evidenciaram um pior equilíbrio de pacientes com Parkinson e Alzheimer, como era de se esperar”, afirma o fisioterapeuta. Em sua opinião, os resultados específicos foram peculiares, uma vez que o maior grau de dificuldade dos sujeitos com Parkinson foi a realização da dupla-tarefa motora, enquanto que os pacientes com Alzheimer desempenharam com ressalvas as tarefas cognitivas e funcionais mais complexas.
“Conclui-se que os pacientes apresentaram respostas adaptativas diferentes. Com as informações e entendendo as alterações, é possível desenvolver tratamentos mais eficazes no controle das funções motoras e cognitivas dos portadores desses tipos de doença”, declara.
Fonte: Saúde e Movimento