A presença do estresse psicológico aumenta o risco de morte em pacientes com câncer pela segunda vez. Mas este não influencia pacientes que têm câncer detectado pela primeira vez. Esta é a conclusão a que chegaram pesquisadores do departamento de epidemiologia e de Saúde Pública da Universidade Global de Londres, depois de estudar a evolução de mais de 15 mil com idade superior a 53 anos na Escócia.
Na realização da avaliação identificou-se que 21,3% dos pacientes com histórico de câncer relataram que têm sintomas de estresse psicológico. Ao observar os pacientes sem histórico, verificou-se que a aflição psicológica não aumenta risco de morte, mas em pacientes que tiveram um histórico de câncer o estresse estava estreitamente associado a uma maior incidência de mortes. Em avaliações distintas, identificou-se uma associação entre a presença do estresse psicológico e as mortes por câncer de pulmão.
Note-se que cerca de 20% dos pacientes disseram que sofreram de estresse psicológico, no decurso de sete anos, houve 425 mortes por câncer. Em todos os casos que determinou a presença de câncer, utilizando os critérios da CIE-9 ou CIE-10 CIE-10 da Classificação Internacional de Doenças utilizado na Europa, sem qualquer intervenção analisados apenas os dados registrados no Scottish Health Survey (SHS), um censo de saúde que ocorre periodicamente na Escócia, Grã-Bretanha.
O Dr. Stephen Stansfeld da Barts and London School of Medicine, Universidade de Londres Queen Mary, indica que a partir do aspecto clínico, “parece importante identificar a presença de depressão em pacientes com câncer, e verificar se a condição depressiva afeta negativamente sobre o cumprimento dos tratamentos (relutância em tomar medicação, a rejeição do regime saudável de vida, faltas não justificadas às sessões de tratamento hospitalar). Seria útil para avaliar, em pesquisas futuras se a introdução de terapias para a depressão que poderiam aumentar a adesão dos pacientes ao tratamento do câncer.”
Stansfeld nota que os estudos até à data têm encontrado uma relação mais estreita entre a depressão e coronariopatias do que entre a depressão e o câncer, por isso sublinha que este estudo nos permite observar que o estresse psicológico não é de grande importância para a etiologia câncer, mas pode afetar a sua progressão.