Investigadores de diferentes lugares do mundo questionaram que o uso do medicamento Vytorin seja eficaz na redução do risco de ataques cardíacos, acidentes cerebrovasculares ou males similares. Vytorin é um medicamento composto de uma combinação de sinvastatina, uma estatina bastante conhecida, com ezetimiba, uma substância que também reduz o colesterol LDL, mas de maneira distinta. Embora, estudos realizados na Europa demonstraram que o medicamento combinado não conseguia reduzir o acumulo de depósitos de placa que obstruem as artérias, mais que a sinvastatina por si só.
Os pesquisadores não entram em acordo a cerca dos resultados obtidos por diversos estudos em que foi analisado os efeitos do Vytorin. Um estudo realizado na Europa chegou a conclusão de que o Vytorin não reduz a placa, mais que um tratamento com estatinas. Entretanto, o Dr. B. Greg Brown, professor da faculdade de medicina da Universidade de Washington em Seattle assegurou que o estudo realizado na Europa talvez não poderia ser aplicado a todos os cidadãos, porque as pessoas selecionadas para o estudo padeciam de uma afecção hereditária que as fazia ter um nível anormalmente alto de colesterol no sangue e por conseguinte, risco elevado de problemas cardiovasculares. Brown ressaltou que os pacientes tinham recebido tratamento durante muitos anos porque teriam um nível muito alto de colesterol e essa condição poderia afetar o resultado de um novo tratamento.
Brown indica que o medicamento sim, ajuda a reduzir o colesterol LDL, mas não se identifica claramente se ajuda a reduzir o risco de ataque cardíaco ou de acidente cerebrovascular. A cerca das recomendações aos pacientes, o especialista indicou que “estou de acordo com as declarações da American Keart Association do American College of Cargiology sobre usar ezetimiba se é necessário para levar as pessoas a reduzir seu nível de colesterol LDL”.
Por sua parte, o Dr. Harlan M. Krumholtz, professor da faculdade de medicina da Universidade de Yale, tem uma opinião contrária a do Dr. Brown, e ressalta: “De meu ponto de vista, não se deveria tomar o medicamento e, se o recomendar a alguém, seria a um paciente com risco mais elevado que não poderia tolerar as estatinas”, assinalou Krumholtz.
Krumholtz realizou uma comparação entre a quantidade de Vytorin que foi receitado nos Estados Unidos e Canadá entre os anos 2002 e 2006. O consumo durante o período de estudo teve uma variação de 0,2 a 3,4 por cento no Canadá, enquanto nos Estados Unidos o consumo se elevou de 0,1 a 15,2 por cento do total de receitas para reduzir o colesterol. Krumholtz indica que se os centros de saúde americanos tivessem mantido a mesma proporção de consumo de Vytorin que o Canadá, teria poupado entre 1.5 e 2 mil milhões de dólares em custos com saúde, e indicou que o uso de estatinas permaneceu invariável no Canadá durante o período de estudo, enquanto nos Estados Unidos o uso destes medicamentos a medida que aumentava o uso de Vytorin. “Não usamos as estatinas ao máximo”, assinalou Krumholtz. “Definitivamente não é o correto”.