Arquitetos para campos de refugiados, necessidade e desafio

Infelizmente, os campos de refugiados não são uma novidade. Para fugir da fome, de guerras ou conflitos políticos, às vezes milhares de pessoas têm que deixar suas casas e viver em terras abertas sem infraestrutura ou proteção.

Somente no ano 2013 quase um milhão de pessoas escaparam da Síria fugindo de um conflito civil que já leva mais de dois anos. Outro exemplo é Dadaab, considerado o maior campo de refugiados do mundo que atualmente comporta cerca de 400 mil refugiados e já é a terceira “cidade” mais populosa do Quênia.

Os campos de refugiados deveriam seguir um protocolo sobre como planificar o acampamento. As Nações Unidas criou manuais que indicam os primeiros passos e como negociar a terra. Entretanto, os campos de refugiados mostram que há modelos falidos de referência à sustentabilidade.

De acordo com o site “Plataforma Arquitectura”, a organização “Architecture for Humanity” está arrecadando fundos para um projeto que pretende criar uma “série de espaços acolhedores, seguros, que possam atuar como pontos nodais nos acampamentos”. A iniciativa poderia ser um precedente de intervenção arquitetônica nos assentamentos de refugiados e representar novas ações.

Os arquitetos deveriam ser os principais responsáveis pelo planejamento visando a sustentabilidade do acampamento, e claro, o urbanismo temporal e móvel. Por exemplo, o Architecture for Humanity Atlanta projetou uma clínica móvel flutuante de saúde em Lagos, Nigeria. O projeto está instalado e funcionando. Poderia ser uma ideia para ser aplicada a outros campos de refugiados e diminuir os impactos sobre o solo.

A necessidade do trabalho arquitetônico nos acampamentos também tem seus desafios: alta densidade, quantidade de espaço, imprevisibilidade, distribuição de recursos, restrição dos marcos legais, conflitos políticos, urgência e carências.

Como poderiam os arquitetos enfrentar estes desafios para criar complexos problema de desenho e planejamento? Sem dúvida, uma necessidade para inovação arquitetônica que alia demanda social, carência e criatividade.

Fonte: “Por qué los campos de refugiados necesitan arquitectos (y ahora más que nunca)” 07 Nov 2013. Plataforma Arquitectura. http://www.plataformaarquitectura.cl/?p=307148

Foto: Direitos reservados Mattia Insolera/cortesia de Médicos Sem Fronteiras