Pesquisa no Reino Unido analisa dados de mulheres adultas, que têm irmãs gêmeas, e encontra associação entre microbiota intestinal e rigidez das artérias
Uma das formas de diagnosticar riscos de ataque cardíaco ou derrame é medir a rigidez das artérias. Em níveis altos, a rigidez arterial pode representar inflamações que, prolongadas, podem causar envelhecimento vascular e possíveis doenças cardíacas.
Para avaliar esta rigidez, usa-se a velocidade de onda de pulso (VOP), procedimento recomendado por entidades médicas como o Comitê Misto das Sociedades Europeias ESH / ESC para o controle da hipertensão arterial.
Um novo estudo, publicado na revista científica European Heart Journal, conseguiu relacionar a rigidez das artérias com a composição da microbiota do intestino. Os resultados do estudo, realizado com 617 mulheres de meia-idade, no Reino Unido, mostrou que as mulheres com maior nível de rigidez arterial apresentaram menor diversidade de bactérias na flora intestinal.
Por outro lado, as mulheres com maior diversidade microbiota intestinal indicaram melhores níveis de rigidez nas artérias. Além das associações, o estudo conseguiu constatar também que aproximadamente 10% do aumento da rigidez arterial está relacionada com bactérias intestinais.
Os resultados do estudo ressaltam o papel da alimentação saudável para a proteção da saúde cardiovascular. Por exemplo, com uma dieta rica em fibras, o intestino é capaz de produzir mais ácido idol pripiônico, substância capaz de diminuir o risco de desenvolvimento de diabete. O consumo de iogurte também é recomendado para melhorar a diversidade da flora intestinal já que é um alimento com probióticos.
O estudo foi realizado com irmãs gêmeas, que participaram como voluntárias no banco de dados de irmãos gêmeos, no Reino Unido, o “TwinsUK Registry”. Os pesquisadores analisaram o histórico médico, dados sobre a composição da microbiota intestinal e o nível de rigidez das artérias.
A diretora do estudo, Ana Valdés, afirmou: “nossas descobertas constituem a primeira observação em humanos da associação entre as bactérias do intestino e a rigidez arterial”. A pesquisadora da Universidade de Nottingham acredita que o controle da flora intestinal pode alterar o risco de doença cardiovascular.
Cada vez mais, pesquisas científicas mostram o valor da nutrição saudável para o cuidado da saúde. Os profissionais interessados em se capacitar para trabalhar neste setor podem estudar o Mestrado Internacional em Nutrição e Dietética, patrocinado por FUNIBER.
Fontes:
Manter a flora intestinal saudável pode diminuir risco de doenças cardíacas, diz estudo
La flora intestinal condiciona nuestro riesgo cardiovascular
Estudo:
Gut microbial diversity is associated with lower arterial stiffness in women
Foto: Todos os direitos reservados