Pesquisa analisa o potencial antioxidante e anti-inflamatório de frutas nativas do Brasil, e revela valor nutricional importante para a prevenção de doenças
O Brasil possui uma grande variedade de frutas nativas. Uma equipe de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), junto com a Universidade de Campinas (Unicamp), avaliou o potencial antioxidante, anti-inflamatório e a composição fenólica de dez frutas brasileiras pouco estudadas no âmbito científico.
Como destacam os pesquisadores, os fenólicos presentes em alguns alimentos podem atuar como antioxidante, ou seja, ajudando a prevenir doenças como as cardiovasculares e a diabete. Para conhecer as propriedades destas frutas, a equipe usou como técnica a espectrometria de massas de alta resolução.
As dez frutas analisadas foram:
- araçá-boi (Eugenia stipitata),
- cambuití-cipó (Sagerectia elegans),
- murici vermelho (Bysonima arthropoda),
- murici guassú (Byrsonima lancifolia),
- morango silvestre (Rubus rosaefolius),
- cambuci (Campomanesia phaea),
- jaracatiá-mamão (Jacaratia spinosa),
- juquirioba (Solanum alterno-pinatum),
- fruta-do-sabiá (Acnistus arborescens)
- cajá (Spondias mombin L.).
Entre as frutas analisadas, o araçá-boi, o cambuití-cipó, o murici vermelho, o morango silvestre e o cajá apresentaram maiores atividades antioxidantes e/ou anti-inflamatórias. De acordo com os pesquisadores, “esta é a primeira vez que se relata a presença de antocianinas no cambuití-cipó e murici vermelho”. “Estas frutas, quando consumidas regularmente como alimentos funcionais, poderiam ajudar na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis”, concluem.
A Organização Mundial da Saúde e a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação publicaram relatório em 2017 recomendando o consumo mínimo de 400 gramas de grutas e vegetais por dia. Uma dieta saudável pode ser especialmente benéfica para populações de países menos desenvolvidos, para a proteção de doenças cardíacas e o câncer, entre outras.
A pesquisa mostra um valor importante que as frutas pouco conhecidas podem ter para o cuidado da saúde. Como afirma a engenheira de alimentos Jackeline Soares, co-autora do estudo, “existe a necessidade de buscar novos alimentos que, além de nutrir, apresentem atividades biológicas que possam inibir ou amenizar danos oxidativos”, defende.
Dar a importância devida aos alimentos de proximidade, num país com grande biodiversidade, poderia ser uma estratégia de alimentação saudável e acessível, além de novas possibilidades econômicas. Um exemplo é o açaí, que foi descoberto nos anos 90, e hoje em dia até o mercado japonês consome a fruta.
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Fonte:
Frutas brasileiras são ricas em antioxidantes e anti-inflamatórios
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