Vendem-se terrenos na Amazônia, nas redes sociais

No início do mês passado, a rede de notícias BBC publicou uma reportagem resultado de uma investigação jornalística que revelou como algumas parcelas de terreno localizadas na floresta amazônica no Brasil eram vendidas em anúncios no Facebook.

A BBC encontrou que estas ofertas poderiam equivaler a 1 mil campos de futebol.

A notícia surpreendeu os órgãos legislativos nos país que ordenaram mais investigação para entender melhor o esquema por trás destas vendas ilegais. As áreas que se vendiam estavam localizadas em florestas nacionais e algumas parcelas em terras protegidas para as reservas indígenas.

Um exemplo é um anuncio feito por uma pessoa chamada Alvim Souza Alves, que vendia uma parcela dentro da reserva indígena Uru Eu Wau Wau, por cerca de 23 mil dólares. Esta zona está em uma reserva com mais de 200 pessoas desta etnia.

Apesar da rede social Facebook se mostrar à disposição para colaborar com as autoridades locais para encontrar os autores dos anúncios, a empresa não disse que ação tomaria para evitar e deter este tipo de comércio ilegal.

Por outro lado, o governo atual, que já demonstrou não se interessar por temas de proteção de terras indígenas, não demonstrou sinal de ação. Alguns ativistas ambientais acreditam, segundo a reportagem da BBC, que o governo não tem interesse em impedir a venda ilegal de terrenos na Amazônia. Esta ação dá credibilidade e mais poder aos invasores de terra, acredita Ivaneide Bandeira, diretora da ONG ambiental Kanindé, em depoimento à BBC.

Acreditam que quem está por trás destas ações é a indústria de pecuária no país, setor que vem sendo apoiado pelo governo federal.

Segundo o canal de notícias, a maioria dos anúncios se encontra no estado de Rondônia, muito atingido pelas atividades de desmatamento, e com forte pressão da agropecuária.

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Fonte: Investigación de la BBC: cómo se venden ilegalmente terrenos de la selva amazónica en Brasil a través de Facebook

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