O problema da falta de água no México

O país vive uma crise de abastecimento. Ambientalistas defendem maiores investimentos, leis e conscientização

O México vive uma crise de abastecimento de água. Uma série de causas, como os terremotos, os recortes de investimentos feitos pelo governo neste setor, a contaminação de lençóis freáticos e as reservas aquíferas, e o uso de válvulas para a redistribuição da água por moradores, vem causando um sério problema de escassez.

Aproximadamente 15% da população que mora na Cidade do México, capital do país, está sem água em casa. Estima-se que em regiões como Xochimilco, há pessoas que vivem com o acesso limitado de entre 20 a 50 litros de água por dia.

Causas e efeitos

No ano passado, o governo federal reduziu em 72% o orçamento para a água e o saneamento, em zonas urbanas e rurais. A capital do país foi uma das cidades mais afetadas. Ambientalistas alertaram que um corte tão dramático impossibilita a manutenção dos sistemas de distribuição de água.

Os especialistas alertam que há uma grande quantidade de água que se desperdiça por falta de reformas, provocando fugas que têm um custo alto.

No mês passado, detectaram 50 pontos em que as válvulas foram manipuladas pelos moradores, de maneira intencional. O diretor geral do Sistema de Águas da Cidade do México, Ramón Aguirre, interpreta o ato como uma estratégia de intenção política.

Outro fator essencial para o problema com a água no país está na contaminação. De acordo com Eduardo Cota, diretor da organização ambientalista Restauração Ecológica de Pronatura, entre 97 e 101 dos aquíferos nacionais sofrem de estresse hídrico.

Em grande parte, a culpa é das empresas. A Greenpeace no México calcula que o setor industrial gera 340% mais contaminação que a gerada no município. As indústrias não negam a responsabilidade e já afirmaram que é necessário melhorar a gestão das águas para o abastecimento e a conservação das fontes utilizadas.

Elena Burns, do coletivo Agua para Todxs, afirmou que a chave para conseguir uma indústria mais limpa é a criação de leis e o controle de suas aplicações, para que acontecem de forma efetiva. Ela lembra que as empresas competem por mercados, e se não há uma lei que normatizam as atividades, será mais difícil esperar um compromisso das empresas pela sustentabilidade.

A Câmara de Deputados mexicana tem em mãos uma nova Lei Geral de Águas. Porém, o texto ainda não conseguiu um acordo entre as bancadas do Congresso. Além da falta de consenso político, organizações criticam a falta de consulta popular, e o caráter privatizador.

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Fontes:

Abastecer de agua a México, la batalla del futuro

La educación y la legislación, claves para frenar la crisis del agua en México

“México produce un millón de litros de aguas residuales cada cuatro segundos”

La industria mexicana se esfuerza por reducir la contaminación del agua

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