Gestão de radiação solar com aerossóis não é a solução para o aquecimento global

Estudo demonstra que o uso de aerossóis para refletir a luz solar não é a resposta ao aquecimento global.

Uma pesquisa realizada por Anton Laakso, para o Instituto Meteorológico da Finlândia, indica que o uso de aerossóis ou partículas de enxofre vertidos pelos aviões na estratosfera não é uma técnica efetiva para conseguir resfriar artificialmente o planeta.

Depois dos atentados nos Estados Unidos de 11 de setembro, os voos foram limitados e os cientistas tiveram a oportunidade de medir o impacto dos rastros deixados pelos aviões, sugerindo que a liberação de aerossóis na atmosfera ajudaria a resfriar a Terra. Na troposfera, as partículas de aerossóis ajudam a formar nuvens mais brancas, aumentando a quantidade de luz solar que se reflete, retornando ao espaço.

A partir dos resultados dos estudos depois dos atentados de 11/09, sugeriu-se que era possível aumentar os níveis de compostos contendo sulfureto no combustível dos aviões, para que o rastro deixado pelos voos comerciais ajudasse a refletir a luz solar.

Mas o estudo realizado por Anton Laakso demonstra que o uso de aerossóis na atmosfera não solucionaria o problema do aquecimento global, considerando que o efeito conseguido é menor ao que se conseguiria realizando um corte das emissões de gases de efeito estufa.

Os pesquisadores indicam que utilizando a técnica da geoengenharia de aumentar as partículas de enxofre no combustível dos aviões, poderia conseguir-se um resfriamento localizado que afetaria apenas às zonas sobre as quais se desenvolvem as rotas dos aviões. Deve-se considerar que este efeito de resfriamento localizado poderia gerar resultados inesperados.

Na pesquisa utilizou-se o modelo climático ECHAM-HAMMOZ, em combinação com o Sistema de Modelo Terrestre do Instituto Max Planck (MPI-ESM). O trabalho indica que é necessário incluir cálculos de microfísica de aerossóis nos modelos do clima ou considerar as interações entre as nuvens e os aerossóis, devendo calcular globalmente o impacto das partículas no clima, considerando que neste estudo a simulação de microfísica com aerossóis teve muitos resultados considerados imprevisíveis.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER procuram manter-se informados sobre os resultados de estudos que mostrem a evolução do aquecimento global e o desenvolvimento de estratégias para paliar a mudança climática.

Fonte: Universidad de Helsinki

Fotografia Creative Commons: roolrool