O Quinto Relatório de Avaliação do IPCC (AR5) identificou que o aquecimento global foi causado pelo homem e é necessário adotar medidas para mitigar os efeitos do aumento da temperatura no planeta nas próximas décadas. O AR5 fornece uma riqueza de informação e previsões acerca da mudança climática para as próximas décadas, mas o relatório é muito complexo e sua leitura seria complicada para uma pessoa comum. Para aproximar as pessoas de uma versão gráfica do AR5, o portal Global Weirding (http://globalweirding.is/here) oferece-nos uma linha do tempo que permitirá observar o que vai acontecer ao planeta se não fizermos nada para mudar a tendência atual do aquecimento global.
O simulador do Global Weirding permite que “olhemos para o futuro” utilizando três cenários expostos no AR5. Pode-se acessar a configuração do simulador clicando no botão “change” que se encontra no canto inferior direito da página. É possível configurar o simulador em três modos: RCP8.5 (se a humanidade não fizer nada), RCP6.0 (se decidirmos fazer alguma coisa) e RCP2.6 (se, em âmbito global, assumirmos o compromisso de reverter os efeitos do aquecimento global).
O simulador mostra informações de 2012 até 2100. Inundações, aumento do número de incêndios florestais, aumento do nível do mar, secas prolongadas, ondas de calor, aumento da intensidade de tempestades e tornados, redução da biodiversidade como consequência do aquecimento do oceano, extinção massiva de animais, acidificação dos oceanos, aumento dos riscos à saúde, erosão dos solos e forte redução da produção de alimentos serão alguns dos problemas que enfrentaremos se não forem adotadas medidas para paliar o aquecimento global.
Um planeta que se aquece
Os grandes desafios para o futuro terão relação com as secas, as inundações, as estratégias para mitigar os efeitos da mudança climática em cada região e a segurança alimentar global. A seguir, apresentaremos algumas previsões do que pode ocorrer se não agirmos para reverter o aquecimento global.
De acordo com os dados coletados pelo Global Weirding, após 2018, as concentrações de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso aumentarão até níveis sem precedentes nos últimos 800 mil anos. As concentrações de CO2 aumentarão em 40%, tendo como referência épocas anteriores à era industrial. O oceano terá absorvido 30% do dióxido de carbono, ocasionando uma maior acidificação.
A partir de 2019, aumentarão as precipitações na Europa. A poluição do ar na América Latina afetará as mulheres grávidas. Na África, o aumento das temperaturas e as mudanças nas precipitações produzirão uma queda na produção de cereais.
Até 2023, aumentará o impacto das doenças nas regiões da Escandinávia e da África. Após 2024, serão mais evidentes os efeitos do aquecimento global: o aquecimento dos oceanos, a redução dos nevados e do gelo no planeta, a elevação no nível do mar e o aumento das concentrações de gases de efeito estufa. Por outro lado, a partir deste ano, as ilhas do Caribe enfrentarão sérios perigos como consequência do aumento do nível dos oceanos.
Estima-se que, depois de 2025, inúmeros setores econômicos do sul da Europa serão afetados pela mudança climática: os setores agrícola, turístico, de infraestrutura, de energia, de saúde e a população terão de enfrentar problemas cada vez mais complexos.
No ano de 2030, é muito provável que as ondas de calor coloquem em risco muitas vidas humanas na Austrália. No Canadá, haverá redução da quantidade de ursos polares, o Ártico será mais verde e reduzir-se-ão os campos de arroz na Ásia.
Calcula-se que se experimentará um declínio na produção de alimentos na América Central, na América do Norte e em alguns países da América do Sul depois de 2031.
Após o ano de 2040, serão mais frequentes as ondas de calor e os incêndios florestais na América do Norte. Ao sul da Europa, serão experimentadas ondas de calor, enquanto no norte da Europa aumentarão as chuvas, podendo chegar, inclusive, a “90 dias de chuva sem interrupção”.
Os dez anos seguintes serão muito mais duros. Haverá menos chuvas na Califórnia, menos água fresca na Austrália e Europa e, além disso, aumentarão as ondas de calor em ambos os continentes.
Depois de 2050, espera-se que ocorram uma acentuada redução da biodiversidade, aumento de mortes por tempestade, maior declínio na produção de alimentos, aumento da perda de gelo no Ártico e inundações em grandes cidades como Nova Iorque. Em certas regiões, aumentarão as secas, as ondas de calor e as tempestades. Em algumas áreas, poderá haver uma redução na produção de alimentos de até 60% em consequência das secas.
Com o passar do tempo, as condições do clima serão cada vez mais extremas. Os países em vias de desenvolvimento enfrentarão grandes dificuldades. O clima poderá ser menos extremo se os governos adotarem medidas para reduzir a mudança climática.
Fonte:
http://globalweirding.is/here