Formação para combater o bullying na escola

Especialista francês ressalta a importância da formação de professores para o combate à violência na escola

“Na maioria dos países, faltam docentes capacitados para enfrentar essa situação difícil”, afirma o especialista francês Eric Debarbieux sobre o combate ao bullying na escola.  Autor de obras como “Violência na Escola: Um Desafio Mundial” e “Os Dez Mandamentos Contra a Violência na Escola”, o especialista em bullying diz que a formação dos professores é essencial.

“Fico impressionado com o fato de que os professores passem a vida trabalhando como líderes, tendo que manter o controle da classe, sem receber nenhuma formação específica para isso”, disse em entrevista para a revista Nova Escola.

No Mestrado em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação da FUNIBER, os profissionais contam com uma ferramenta útil para trabalhar aspectos relacionados à psicologia, ao desenvolvimento e à educação.

Com a formação, os professores podem aprender técnicas de intervenção psicológica adequadas, organizar estratégias de prevenção e intervir com a outros agentes no contexto da violência escolar.

A gestão na escola

“O modo com uma escola é gerenciada e a atenção que os alunos dão ao bullying têm um grande impacto sobre os efeitos desta violência”, afirma Debarbieux. “Sabe-se que há uma ligação muito forte entre a qualidade do clima e das relações pessoais na escola e a ocorrência de casos desse tipo”, analisa.

Debarbieux dirige o Observatório Internacional da Violência nas Escolas, em Bordeaux, na França. Ele nos lembra que os atos de violência podem estar em ações pequenas que ocorrem diariamente como apelidos maldosos e empurrões.

“As pesquisas apontam que, embora sejam atos relativamente simples, envolvendo alunos ou professores, o fato de eles se repetirem à exaustão é grave”, disse. De acordo com um estudo realizado por ele para o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), cerca de 11% dos estudantes sofrem bullying na França.

“As pesquisas mostram que, em termos de atos mais graves, como os que envolvem matanças nos Estados Unidos, 75% dos alunos que foram à escola armados e mataram colegas eram vítimas de bullying”, alertou Debarbieux.

Fonte: Eric Debarbieux fala sobre o combate ao bullying (Nova Escola)

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