Há uma grande discussão relacionada aos possíveis benefícios de correr descalço. Muitos estudos comprovaram os efeitos positivos do pé no chão sobre o movimento corporal. Um dos pesquisadores mais conhecidos desta área é Daniel Lieberman, do Departamento de Biologia Humana Evolutiva de Harvard. Ele notou que corredores descalços do Quênia têm um método de pisar que gera quase zero impacto.
Por isso, há uma quantidade de estudos que vêm sendo realizados para encontrar um calçado minimalista que possa simular o efeito e os benefícios da corrida descalça. Muitos corredores já utilizam estes calçados. Na Alemanha, alguns pesquisadores das áreas de exercício físico, movimento e esporte, realizaram um estudo comparativo para avaliar as estratégias minimalistas nos calçados mais adequadas.
No estudo, os pesquisadores reuniram 35 corredores de longa distância que deveriam correr três diferentes velocidades sobre uma esteira ergométrica utilizando quatro diferentes formas de calçado: descalço, calçado minimalista acolchoado, calçado minimalista não acolchoado e calçado standard para correr.
Com a tecnologia 3D, foram realizadas análises que determinaram os ângulos dos tornozelos e dos joelhos no contato inicial da pisada, a força do impacto e a frequência de avanço. Todas as condições apresentaram diferenças nos dados, em todas as velocidades, mas foi a corrida descalça a que mais apresentou diferença.
A conclusão dos pesquisadores foi que os calçados minimalistas não são similares à corrida descalça, e a prática saudável dos corredores de longa distância estão influenciados pela velocidade e pelo calçado. Pelos resultados encontrados, eles afirmam que o acolchoado do calçado é um fator importante na hora de simular o movimento do corpo que ocorre na corrida descalça.
O estudo revela a necessidade de mais investigação sobre o tema, o que representa um estímulo para alunos de mestrado e doutorado da FUNIBER na área de Esportes.
Fonte: http://fnbr.es/1ek, http://fnbr.es/1el
Foto: Domínio Público /Pixabay